Tuesday, August 26, 2008

otimista invertebrado

na hora do tapa na bunda ele deu risada,
e nunca mais parou.

era uma maravilha nascer já com mamilo nos lábios,
e nunca mais sarou.

no maternal achava mágico encaixar os cubos nas casinhas,
e calçar um sapato gigante no tanque de areia.

se lambuzava de manga com o prazer de estrear uma roupa nova,
ainda melhor se fosse na própria estréia.

quando bateu o queixo na beira da piscina, no pré,
jorrava dum rasgo sangue, doutro lágrimas de felicidade.

achava tão lindo o céu contrastando com o telhado,
como sua água vermelha no real azul da piscina.

tempos depois trajou capa-toalha e atirou-se do telhado da casa da tia,
na próxima, jurava para si mesmo, iria para o alto, e avante.

e os dias no hospital foram a glória...enfermeiras lá estavam só para ele,
admirando sua evolução no álbum de figurinhas.

como resgistrava o prodigioso curriculum vitae do garoto, a vida assim se mostrou...quebrou perna, braço, cabeça, coração, caras, e caras e caras, casas...

.. . .e nunca conseguiu deixar de ser um otimista invertebrado.

2 Comments:

Blogger Gui Rampazo said...

é por essa que a injeção na testa continua sendo artigo de luxo!
Pú tz!

5:16 PM  
Blogger floratomo said...

hahahaha... qualquer semelhança é mera coincidência!

2:10 PM  

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