Tuesday, January 22, 2008

deglutindo o bemol

vou-me embora agora pra longe, em visita ao passado à vista de flashbacks do amanhã... solitude na escuta de um mundo mudo, cujo vácuo suprime a voz e força o bemol a resumir-se à deglutinação amarga como um lastro preso entre a língua e o esôfago, indeciso, surdo, retido na garganta... no sol a pico fervo em caixa hermética... nos meandros da madrugada estou rodeado pelo nada, vendo ao longe cumes de areia que custam a queimar-me as retinas pelas longínquas coordenadas que nos separam e enfraquecem o reflexo da lua eventual... porém, a custo, rompe-se a membrana quando, à vontade, me insinuo.

1 Comments:

Blogger floratomo said...

noite, que baixa, degusta meu sustenido, quase inaudível....e penso eu, à primeira vista é sempre a selva que se desdobra inconsolável, mas deste conteúdo de crepúsculo é feito algo como a água, insípida e brilhosa, dilatando as vias da vertiginosa noite em que vivo a enveredar.

5:13 PM  

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