há 30 anos
já não moro mais em casa, desde 30 anos atrás. o sol há tempos não se põe na terra e sim no mar, que não mais é um, são mais. troquei prédio de 20 por casa de 100. janelas abertas por quarto sem, deixei fatos para vesti-los por cima da minha primeira camisola. e subi na carrinha para evitar o troço e o medo de arder pelo caminho, em meio ao fumo que nubla as vistas. o laborar tardou mas não levou em vão o suor dos lençóis lavados em casa de banho. coloquei c no ato e convenci o patronato. quem sabe dessa saio mais feliz que o pato. nalgum lugar que eu nunca estive, sonhei chegar. já sufocava argola na goela a censurar, mas que por sorte não deixou a chave do gogó passar. aprendi a não gritar, mais sensato falar, quando muito sussurrar. porque quando se está sozinho ouve-se o silêncio como um crente a proclamar. o cabelo volta a cobrir as orelhas em precaução ao inverno, o tabaco ocupa-se da brecha aberta pela ausência. e passo noites em claro dizendo a baco, meu único confidente, o sonho que volta quando acordo e me apanha fora de casa, desde 30 anos atrás.
1 Comments:
idos de reflexão e amadurecimento...
mas o silêncio te diz outras coisas também, das quais, eu crente de tua jornada, confidencio ao vento.
nossa, quanto tempo...
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