Monday, September 30, 2013

pra mim pode ser até mentiroso, desde que verdadeiro.

não tenho problema

com quem tem curto nas antena

ou que precisa de eparema

tenho não...


pode ser de deus ou dos inferno

pé de chinelo ou belo terno

que eu também não lhes discerno

que eu também não ligo não. .. .



cearense, marroquino

ludovicense ou lá do minho


tricolor ou destimado

pra mim tá tudo igualado



desde que tenha uma astúcia

que tenha um sabor

seja isso mesmo

e só.


senão vá, ó pá.






pau torto


cingíamos aquele mar verde anil do agora raro capim colonião.

eu, com o jovem gaúcho. esperto, arisco e com as patas de trás chegando sempre atrasado, quase na cabeça da nota, para garantir que eu não sucumbisse à zona de conforto.

já ela,

        rasgava o pasto triunfante sobre o afamado maitã. 

            alto, alvo e com as glórias cicatrizadas na insígnie jk sobre sua coxa direita. 

ela deixou que eu a alcançasse, fez a meia lua com destreza que sempre admirei e nunca pude igualar, tirou o chapéu e apontou para uma árvore, quinhentos metros adiante.

       nascida riste do meio da relva, a velha árvore logo desviava seu tronco para a esquerda e de novo para a direita, ficando para o resto da vida torta.

ela emenda cheia de razão, com sempre:

- filho, a vida é assim. você pode nascer direito, certinho. mas se desviar o caminho, isso te marca pra sempre. 

lá se vão uns 20 anos, pelo menos. e muitos foram os aprendizados junto a esse que ela dá o tempo todo até hoje.

junto todos na memória que saem de repente, como as músicas de ninar que brotam não sei de onde, quando ponho minha filha pra dormir. 

e sigo aqui, cheio de escoliose.