na hora do tapa na bunda ele deu risada,
e nunca mais parou.
era uma maravilha nascer já com mamilo nos lábios,
e nunca mais sarou.
no maternal achava mágico encaixar os cubos nas casinhas,
e calçar um sapato gigante no tanque de areia.
se lambuzava de manga com o prazer de estrear uma roupa nova,
ainda melhor se fosse na própria estréia.
quando bateu o queixo na beira da piscina, no pré,
jorrava dum rasgo sangue, doutro lágrimas de felicidade.
achava tão lindo o céu contrastando com o telhado,
como sua água vermelha no real azul da piscina.
tempos depois trajou capa-toalha e atirou-se do telhado da casa da tia,
na próxima, jurava para si mesmo, iria para o alto, e avante.
e os dias no hospital foram a glória...enfermeiras lá estavam só para ele,
admirando sua evolução no álbum de figurinhas.
como resgistrava o prodigioso curriculum vitae do garoto, a vida assim se mostrou...quebrou perna, braço, cabeça, coração, caras, e caras e caras, casas...
.. . .e nunca conseguiu deixar de ser um otimista invertebrado.