Saturday, October 25, 2008

céu dos infernos

não há fronteira geográfica instituída, física ou virtualmente.... impossível delinear os momentos de fusão, onde o céu vira inferno e no milímetro adiante aquela chapa quente onde deitamos de costas nuas ganha um banho de cepacol, uma torrente de ar fresco tão de repente que lembra entrar num banco ao meio dia no verão de ribeirão... mas o paraíso não pode ser simploriamente reduzido ao ar condicionado... . . .há os anjos e suas trombetas ... . imagine um azeitado trombone de vara e um sax tenor inimaginável... . são pedro num banquinho com o braço arqueado sob o braço do baixo. . . . . . não não... meus olhos enevoados reconhecem são pedro sim, mas quebrando surdamente na batéra. . . . . . na guitarra o são negão e no baixo um santo bem parecido com são pedro... e, tão aprupto quanto uma exclamação, voltamos a arder tão forte que é sequer possível lembrar o gosto de uma cerveja... . . . .e tá lá... tô no céu.... aaaaaaaah! que inferno.... até um ponto que preferi me distanciar do inferno...

saí da arena...


e fomos seguindo para a saída....


entre sombras...

e ouvindo o senhor dos céus (sonny rollins, em inglês) assoprando aquela extensão de seu corpo manco, em pleno meio dia de um sol que cancerava carecas no parque do ibirapuera...

Tuesday, October 14, 2008

referência de pele

tem de ser assim, que mistura textura
pedra pome molhada, bexiga cheia de farinha

que negative os riscos do sorriso e da surpresa
e volte sem vícios à forma de recém-nascida

que não deixe as rótulas escaparem por um triz
delineando-se precisas, na obliquidade retesada

tem de ser quente na nuca como a tomada da torradeira
e forrar glúteos que vão de 11º a 42º debaixo do cobertor

tem de ficar cheia de pontinhos ao suar com a língua
e singela mata rasteira a proteger a mãe

tem de dar lugar a outra, toda com seu jeito
muda até de cor e é coroada com mamilos

que, acima de tudo, combine com a minha
que, abaixo de tudo, seja a sua.

Wednesday, October 08, 2008

nem que chova victorinox 27 funções

a capitar anda fria como a lâmina fatal... alguém com bom senso, bons discos, bom viski, bons livros, boas idéias e uma boa dose de preguiça em casa não tem por quem sair..

Saturday, October 04, 2008

coletâneas de mim

já escrevi aqui, de algum outro jeito, sobre compilações musicais que fazemos no decorrer da vida como a conhecemos. e, ao recorrer ao meu pré ipod, o md, pude confirmar a suspeita: nós nunca mudamos. digo enfaticamente no quesito musical, mas penso que pode ser possível a analogia com outras cosas nostras. mas a questã é a seguinte: nossa percepção musical deve ser a mesma até o fim dos dias... o que fazemos é educá-la e alimentá-la com o que vamos descobrindo por aí. cada música nova preenche um espaço já a ela reservado num sempre "a completar" quebra-cabeça sonoro. gosto 97% das coisas que achei gravadas em cassetes na década de 90, de bob mcferrin a pat metheny.... me surpreendo com cada fita ou cd que gravei para namoradas, amigos, pai, irmã e para mim mesmo, com noriéis vilelas e jorge mautner... redescobri velhos ídolos como dom salvador e itamar "recordados" nos meus md´s... engraçado que a coisa muda quando penso em recuperar meu ipod, deixado na casa dum amigo... ali cabe tanta coisa que posso dizer que deve ter uns 14% que eu não gosto tanto... mas as demais são praticamente 100% de mim.

gozação ortográfica

quando ela disse, espantada:

- nossa... que falicidade toda é essa?

ele não se aguentou e caiu na gozação.