Saturday, July 24, 2010

xi, twittei no blog!

a mão faz, a palavra crucifica.

a translação da lua

ô lua boba de cheia
intrusa fuxiqueira
nem deitar me deixa
se adormeço, clareia

seja dama à flamenco
ou camarada boêmio
a amada, a contento
haja bossa ou lamento

lua cheia, chama na sala
quando no céu se estala
mas chega a madrugada
e faz no quarto sua escala

Saturday, July 10, 2010

mudou-se pro ipê amarelo

tiraram o velho pote de ouro

lá do fim do seu arco íris

obra de um duende ocioso

de sarro quis mudar diretrizes


mas eu já descobri

seu lugar paralelo

foi parar logo ali

no pé do ipê amarelo


(continua...quando eu voltar do ipê amarelo, vou de bicicleta e não breco. antes a janela destramelo pra ver na copa das árvores esse ouro singelo. adeus você, até a volta, com o pote nas mãos nos veremos então. para que prove desse rico metal, compre tudo que lhe tire seu mal. segure as pontas e relaxe a pestana, qu´em duas piscadas eu já volto com a grana)


busquei no bosque o dia inteiro

na praça, na estrada ou jardim

nem flor e nem a árvore veio

queriam é passar trote em mim


eu então conformado

não tem ouro vem ferro

fui voltar pelo lago

topei com ipê amarelo


que pote, que nada

no pé do danado

que ouro, que prata

só flor no chão forrado


foi bom porque eu já tinha perdido

a esperança que brilhara pra mim

pensei então: duende sabido

a flor é mais que ouro ou marfim


fim

Friday, July 09, 2010

d´existir

vem, diz pra mim

se sou eu bem aqui

que sobrou do ser

que deixou de querer

não tem tu vai tu

coma, só tem o frito

toma o troco de bala

breja quente na lata

ah eu não vou reclamar

mais um cá que dois lá

vem dormir, deixa estar

não perca tempo em sonhar

valeu você venceu

errado aqui só sou eu

o que quis, se perdeu

acorda pro mundo, ateu.

insisto? e sinto. e sim, tô.

faz tempo que me deixei

para seguir o que não sei

às vezes sinto nos dedos

e provo o autêntico aroma

mas muda um grau o ponteiro

esvai-me sem pistas, só ais

volto ao vácuo infinito

um pentelho branco a mais

o que vivo era, quedou

cores, sons e porquês

são agora brisa leve

lembranças do que nunca houve

emaranho-me por legos

fácil ligar, lidar, brincar ser feliz

pra em seguida, sedento

buscar a peça rara. impossível?

pela falta d´outra doutrina

das que nunca foram minhas

mais uma ilusão deflagrada

mais uma esmurrada na faca

Tuesday, July 06, 2010

rasguei (letra prum róqui com sucrilhos)

desculpe meu humor matinal
eu juro que não faço por mal

a cólera sem causa me inave faça frio ou faça nada em densidade se arrasta pelo corpo são


corrói até o iogurte integral
nem respirar parece mais natural

dobro os joelhos com o peso e sem sentido agora eu vejo todo desejo em teu sorriso não


desculpe meu humor matinal
mas dói de um jeito pouco normal

minha repulsa com o latente veredicto o contraponto entre o existo e o desisto me lacera então


desculpe meu humor matinal
perdoe meu amor imortal

desculpe meu humor matinal
perdoe meu amor imortal