Friday, January 25, 2008

ah... ! (em tempo)

sampa tem sesc pompéia
tem perdizes, tem perdidas
sampa tem cariocas.. ah.. . cariocas
sampa tem mooca
tem santa sicília
..moema
sampa tem cheiro
e consolação
já teve micheli
tem suiço e dr. seng. ..
sílvia, bela, belas
sampa tem putas
sampa tem santas
santa sampa
que tá cheia de paulista
e paulistanos
brasileiros
paulistas
até ribeirão pretano
sampa tem s, sampa tem m e até i
tem saudade
tem memória
tem futuro?
tem. .. passado
sampa tem briga e mendigo
fino e parafina
tem dó mas não tem compaixão
sampa tem amigo
tem artista
tem são lourenço
malabarista de rua, dragões de farol
sampa tem fome e tem sede, é sede, excede
sampa é o bicho e os bichos
nem tudo nem nada
tem lelés e certinhas
imigrante, anchieta

.. .sampa . ... simplesmente é.

e ponto. ops... reticências ...

Thursday, January 24, 2008

pq amar sampa

sem essa de restaurante tailandês às duas da matina... seria como um ponto de luz no pescoço de uma linda mulher que te aprisiona os olhares e açóita o coração pelo conjunto da obra... mulher cujas veias fervilham de transeuntes em suas maquinais rotinas diárias, entre os quais circulam outros milhares de curiosos de todos os tipos, formando a epiderme da musa com uma variedade extensa mas tão intensa que formam uma só coloração... a paulistana... um indivíduo que foge dos padrões estético-culturais em qualquer outra cidade dobra um cotovelo de sampa para encontrar outro ainda mais diferente... todas as divergências afunilam-se para um só organismo vivo e vibrante... ao caminho de todas as veias e artérias eclodem profusões culturais para todos os poros, resultando numa sudorese riquíssima em nutrientes vitais.. eis sampa, uma vez por ela encantados, para sempre a ela devotos..

Tuesday, January 22, 2008

deglutindo o bemol

vou-me embora agora pra longe, em visita ao passado à vista de flashbacks do amanhã... solitude na escuta de um mundo mudo, cujo vácuo suprime a voz e força o bemol a resumir-se à deglutinação amarga como um lastro preso entre a língua e o esôfago, indeciso, surdo, retido na garganta... no sol a pico fervo em caixa hermética... nos meandros da madrugada estou rodeado pelo nada, vendo ao longe cumes de areia que custam a queimar-me as retinas pelas longínquas coordenadas que nos separam e enfraquecem o reflexo da lua eventual... porém, a custo, rompe-se a membrana quando, à vontade, me insinuo.

divagar quase pirando

não: devagar.
devagar, porque não sei
onde quero ir.
há entre mim e os meus passos
uma divergência instintiva.
há entre quem sou e estou
uma diferença de verbo
que corresponde à realidade.

devagar...
sim, devagar...
quero pensar no que quer dizer
este devagar...

talvez o mundo exterior tenha pressa demais.
talvez a alma vulgar queira chegar mais cedo.
talvez a impressão dos momentos seja muito próxima…

talvez isso tudo…
mas o que me incomoda é essa palavra devagar…
o que é que tem que ser devagar?
se calhar é o universo…
a verdade manda deus que se diga.
mas ouviu alguém isso a deus?

Friday, January 18, 2008

danbordosa X rebordosa

não sou fiel à vodca. .. embora esteja no meu ranking dos 15 mais, vão os 15 juntos e na ordem de aparição ou pelas condições de temperatura e pressão da circunstância.. meu cinzeiro também vive transbordado de bitucas, mas fica apoiado tanto na banheira de louça com sal grosso quanto na de azulejos e mais de 50 mil litros dágua e cloro quiardíuszóio... tô na vida pra quem vier, mas a proposta tem de ser boa e nada com taxistas ou analistas... dúvidas recheadas de certezas e devaneios horas a fio... viajamos 10 anos em 3 horas e os sulcos até nas costas fariam inveja ao grande chico ou paranazão... tem outra.. o saco enche rápido... cadê meu cigarro, pôrra?

freelo porque quilo

..e... se puder .. . . aos quilos... .. .

sou mais novo que uma criança e tão ancião quanto o velho da esquina

´cause you know sometimes words have 2 meanings

amo
louvo
venero
desejo
quero
repudio
odeio
necessito
descarto
idolatro
suplico
recolho
adoro
esqueço
saio
entro
retorno
sinto
aqueço
esfrio
encabeço
careço
descabelo
anoiteço
afeiçoo
dou
tiro
fumo
respiro
insandeço
ebrio
floreio
inciso
tardo
falho
termino
começo
odeio
amo

sambinha q ficou novo outro dia...

Seu chiclé ficou no meu bigode
Quando você ali me mordia
Me engolia, atrevida da vida

Arrumou brecha num canto de riso e partiu
Se mandou, se emaranhou...no meu bigode
Já não tinha espaço na boca bendita
Que à revelia me amava, sacana, sacava
Daí meu bigode abraçou seu chiclé.
Ali bem na hora, e daí.
A boca ficou...

O bigode, cortei. Depois nasce de novo...

Ai eu cortei, depois nasce de novo...

Aí eu cortei... depois cresce de novo... o seu chiclé...

Friday, January 11, 2008

"...meu grande privilégio foi ter nascido pobre no nordeste...porque o lema do homem devia ser esse... não ter nada, mas não dever nada a ninguém..."

Severino Dias de Oliveira, vulgo Sivuca... será que todo albino é lindo assim?

um banho de chuva

de bacia, de bica, de cachoeira... de banheira... que cheira...
banho de mar, de chuveiro, de goteira... de cheia
banho de lago, de açude, de calha, de mangueira... clareia
banho na fonte, de rio, cascata, aguaceira, pareia...
banho de roupa, de chapéu, de celular na algibeira, requeira
água de cheiro, de colônia, de rosas, de coco, rabeia...
aguardente, água benta, água branca, aguaceira....

quero água, quero banho nem que seja de lágrimas
pra livrar esse corpo que arde, sua suassunga, inunda
e afoga os poros no pico do verão

águaaaaaa...

será sintoma endêmico de piscianos?

Thursday, January 10, 2008

discordo daqueles que concordam comigo

Sunday, January 06, 2008

Quando um descompleta o outro

Rasga e rui um de surpresa, como baú sem fundo e até a tampa de novidades espoantâneas desse tipo. Entre um afago e um cravo suga o sangue do outro, mastiga sua carne. Corrosão enzimada por uma porção razoável de maldades ocultas. Pra outro e pra um. Joga-se alto com o desprendimento de um rouba-montes. Blefes e pontapés. Quando o vinho alcança a plenitude do seu poder, eis que o próximo gole sela a derradeira taça no amargo tom da ironia. Vaivens de conforto ilusório. Porém nunca, ou quase nunca, despedem-se da classe, trajando elegantemente suas incongruentes fantasias de cordeiro. Tanto um quanto outro. Tem o seu prazer, e a cólera de sobremesa.

...vou sempre torcendo pra pintar algo no caminho que me faça rir sozinho...

consumo sustentável

hoje cedo tive um estalo
uma revelação
vinha uma menina subindo
na calçada, à mesma mão

e no pára-anda da haddock
ela passa e eu parado
vendo-a subir em trote
eu parado, vidrado

unhas vermelhas
instigando a fome
como frescos, rubros
moranguinhos

ela andando, eu subindo
finalmente a alcanço
e páro metros depois
e ela subindo

e páro de novo
e ela passa de novo
acelero de novo
e páro de novo

pra ela passar

então descobri, taí
uma boa desculpa
pra sair de casa
motorizado

cada milímitro cúbico
de co2 do meu carro
não foi ao espaço
sem rumo, em vão

sinuca de bico

sinuca sim, e de bico... pois a remela que cultivei durante a noite obstrui a lágrima furtiva que me brota a leitura matinal... aqui mesmo na praça sete, cujo coreto é testemunha de pocket shows que só existiram em nossos mundos.... qta coisa mudou... estou cá de manhã, e não amanhecido... espero o carro ficar pronto, e não a porção de minduim... e a praça continua como testemunha dos bares do nosso circuito mudando de nome cerrando, saudosos, com suas portas, tantas coisas que foram só nossas... e os garçons servem as mesmas geladas para muitos, ou nem tanto, boêmios, buscando descobertas que tivemos... sigo aqui caminhando pelas pegadas secas nas calçadas do passado... que só existe pq vc existe...

Pode puxar o rabo do bode.

Qualé o problema? Você está aí porque quer. Não me venha com xurumelas pois é isso mesmo. Quem segura a cordinha que sobe e desce nossos membros e neurônios somos nós mesmos. Os próprios. Títeres de si. Então ande ou não reclame. Proclame, você é independente desde que queira. Faça cócegas para largarem seu rabo, sele um tratado de paz na faixa de casa, gire o globo, estanque o dedo e ventile os pés. O que fica nunca desaparece, nunca nos deixa, ao contrário do destino, que não existe antes da chegada. Desmiole enquanto pode. Depois disso, se sacode. Se tem algum problema, resolve e se pipoque.

pensamento possessivo

Pensamento possessivo
Quer-me só para ele
Tento fugir
Tento parar
Tento enganar
Uso disfarces
Mas não despisto
Por cinco segundos
Penso que já se foi
Mas se penso
Cá está
Pensando, pesado
Sobre mim

é óbvio

bem evidente o que vou dizer... mas careci de registrar ou homenagear ou comentar ou dizer pra mim mesmo que a melhor coisa do mundo, juntim com o sexo, é a música. dói-me dizer isso, deixando o uísque bem próximo dessa posição privilegiada no ranking de elixires vitais.... tem o lance de, ainda fetos, enclausurados numa concha útero-acústica, recebermos os batimentos cardíacos da progenitora como nosso primeiro swing... pra quem é brazuca então, ôxi... batucada das boas... buuum bo.. buuuum bo... e agora vamos ao extremo... grandes viagens guiadas por egberto gismonti, wagner, roger waters, sivuca, baden, yamandu, jimi, jimmy, rita e eles, melodia, vanessa, chico, chico, chico, chico e chico, jorge, jorge, jorge e gil... e no intervalo entre esses dois extremos, ainda tivemos sons que evoluiram a humanidade no decorrer das eras... os primeiros balbúcios rupestres... iche.. aí vai-se longe... a questão é dizer que o som mexe com a gente como nenhuma outra coisa, para infinitos lados.. a música muda humores como nenhum analista sonharia em fazer.. quem canta os males espanta é de um simplismo insuportável... é possível ir muito além... pra lá ou pra cá...e tem uma coisa... tenho a tendência natural de elevar 3 tipos de elementos na sociedade com pré-disposição à genialidade... os matemáticos, os físicos e os músicos... mas esse é o mesmo, mas outro papo..

viva a música... que chama pra viajar sem cobrar passagem, e nem precisa de bagagem.

há verdades que é melhor não acreditar.